Conexões acadêmicas
redes de coautoria e análise de redes sociais no Programa de Pós-Graduação em Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.5195/biblios.2025.1308Palavras-chave:
colaboração científica, coautoria, Programa de Pós-Graduação em Geociências, Análise de Redes Sociais, bibliometriaResumo
Objetivo. O objetivo deste trabalho é investigar a estrutura e a dinâmica das relações de coautoria no Programa de Pós-Graduação em Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), utilizando análise bibliométrica e Análise de Redes Sociais para examinar a colaboração científica do programa no quadriênio 2017-2020. Método. O estudo é de natureza exploratória e descritiva, o que contribuiu para a caracterização do corpus empírico, a partir das informações e dados levantados na Plataforma Lattes, na Plataforma Sucupira, na página do programa e nos Cadernos de Indicadores (CAPES). Tem uma abordagem metodológica quali-quantitativa, em que se buscou a combinação de técnicas de coleta e análise de dados para oferecer uma compreensão mais completa do comportamento do programa. O processo de coleta e extração de dados foi automatizado com o uso do scriptLattes (V8.11). O levantamento da produção científica foi realizado na base de dados Web of Science. E para a visualização das redes foi utilizado o software VOSviewer, juntamente a ferramenta do OpenRefine para a normalização dos nomes dos coautores, instituições dos atores e temáticas das redes. Resultados. O Programa de Pós-Graduação em Geociências da UFRGS é um dos mais antigos do país na área de Geoquímica, tendo sido criado em 1968. Desde então, consolidou-se como um dos programas de excelência nesse campo. Inicialmente, foi apresentada uma caracterização do programa, destacando-se seu corpo docente, composto por 49 professores ativos, dos quais 47 são permanentes e 32 possuem bolsa de produtividade. Observou-se uma predominância do sexo masculino entre os docentes permanentes, totalizando 34 professores. Quanto à produção científica, o programa registrou um total de 1.151 trabalhos, com destaque para os artigos completos, que somam 514 publicações. A análise também revelou a existência de coautorias com diversas instituições, com forte vínculo com a Universidade de São Paulo, além de significativa colaboração com outras universidades federais, entidades públicas e privadas de relevância e parceiros internacionais. No âmbito internacional, identificaram-se redes de colaboração mais intensas com os Estados Unidos. Essas conexões promovem a troca de conhecimento, o apoio financeiro e a mobilização de recursos humanos, fortalecendo a colaboração científica e a inovação no campo da Geoquímica. No mapeamento temático observa-se que os termos estão interligados por uma lógica que combina aspectos geográficos (regiões específicas), metodológicos (como análises isotópicas representadas por "U-Pb") e processuais (como "Evolution" e "Tectonic Evolution"). Isso sugere uma abordagem interdisciplinar e integrada, característica da Geoquímica e das Geociências. Conclusões. O estudo revelou que a produção científica no campo da geoquímica é fruto de uma colaboração ampla e diversificada, envolvendo instituições e países distintos, evidenciando a importância da cooperação internacional para a geração de pesquisas de alta qualidade. As temáticas desenvolvidas em colaboração não apenas identificam tendências e padrões na área, mas também destacam a relevância e o impacto das pesquisas conduzidas pelo programa, atendendo às demandas e desafios da sociedade. Além disso, os resultados abrem perspectivas para futuros estudos que aprofundem a compreensão das dinâmicas de colaboração científica nesse campo no Brasil. Investigações adicionais podem incluir análises temporais, avaliação do impacto da colaboração internacional, desenvolvimento de novos indicadores para medir a eficiência e os impactos das parcerias, e outras abordagens que contribuam para fortalecer a pesquisa em geoquímica e sua relevância global.
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