Histórias de vida como fato museal tratado pelo Design da Informação na Curadoria Digital no Museu da Pessoa
DOI:
https://doi.org/10.5195/biblios.2019.441Palavras-chave:
Curadoria digital, Design da informação, Fato museal, Informação e tecnologia, Museu da PessoaResumo
O artigo baseia-se em pesquisa que busca verificar o papel do Design da Informação na Curadoria Digital do Museu da Pessoa na Web 2.0 e o seu objetivo é refletir sobre o seu fato museal, histórias de vida. Em tempos de custódia ampliada, o Museu da Pessoa destaca-se como sistema memorial dinâmico, interativo e colaborativo. Previsto em e para Curadoria Digital, o Design da Informação é meio facilitador de indexações de conteúdo informacional bem como da organização gráfica desses conteúdos, tanto top-down quanto bottom-up, a fim de que sujeitos não apenas reconheçam histórias de vida como um objeto cultural tangível, um fato museal, mas também para que se reconheçam enquanto seres humanos atuantes no processo informacional, reforçando vínculos identitários por meio de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). A necessidade de se conhecer novos meios e estratégias para a Curadoria Digital em instituições museológicas no âmbito da Ciência da Informação justifica esse artigo com o qual espera-se favorecer a compreensão do Museu como um modelo para a preservação e interação com histórias de vida, narrativas autobiográficas, entendidas, neste contexto, como bens culturais e patrimônio memorial. Como resultado do estudo, verifica-se que, por meio de suas metodologias, e em convergência com a Ciência da Informação, o Design da Informação cria um simulacro de museu online, em fluxo e ubíquo, bem como condições para uma Curadoria Digital (top-down), tendo em vista a representação e a preservação de objetos culturais digitais, assim como seu acesso, aos agentes informacionais da instituição e aos internautas (bottom-up), interativamente, na Web 2.0.Referências
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