Acesso à leitura e remição de pena no Brasil: uma análise crítica visando a agenda 2030 da ONU

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5195/biblios.2020.825

Palavras-chave:

Acesso à leitura, Agenda 2030 da ONU, Leitura em unidades prisionais, Remição de pena.

Resumo

A leitura é um importante mecanismo para o desenvolvimento humano, pois possibilita que o indivíduo consiga compreender e interpretar o mundo e os símbolos que o cercam. De forma que o acesso deve ser para todas as pessoas, não julgando se está livre ou reclusa de liberdade. A realidade de acesso e mediação de leitura no Brasil enfrenta problemas por conta da crise no sistema carcerário. Problemas que vão desde a falta de bibliotecas até a não abrangência de projetos de leitura em todos os estabelecimentos penitenciários. No ambiente prisional o país ainda encontra com dificuldades estruturais e políticas para disponibilizar o acesso à leitura aos internos, mesmo depois de 34 anos da Lei de Execução Penal (LEP) 7.210 de 11 de julho de 1984, para a criação de bibliotecas prisionais São poucas unidades que contém uma biblioteca em suas instalações,como a falta de profissional adequado para atuar no local. No entanto, para apenado ter acesso à leitura, educação e trabalho o estado brasileiro criou as leis de remição de pena como uma forma de ressocialização do sujeito. A remição de pena pela a leitura começou por meio de uma iniciativa da Penitenciária Federal de Catanduvas no estado do Paraná, no qual foi aderido por outras instituições penitenciárias de âmbito federal. Em 2013 o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realizou diretrizes para a remição de pena por meio da leitura. Porém, mesmo com iniciativas ainda há uma lacuna entre os reclusos no acesso à leitura e educação. No entanto, esta pesquisa é de natureza bibliográfica na qual foi feito revisão de literatura e levantamento de leis Federais, Estaduais, como diretrizes federais relacionadas ao acesso à leitura em unidades prisionais, no que concerne ao cumprimento dos objetivos propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento Sustentável - Agenda 2030, principalmente no objetivo 16. Após a criação das orientações do CNJ, alguns estados brasileiros criaram suas próprias leis de remição de leitura, outros estados decidiram criar somente projetos de leitura, até o momento não existe uma lei federal relacionada ao assunto. Não podemos esquecer que, o sistema carcerário e o poder público encontram-se em crise, nesse sentido, é equivocado criar expectativas que somente com a remição de pena o aprisionado será ressocializado. Da mesma maneira, não podemos criar expectativa na Biblioteconomia que até o momento não possui uma literatura que examine a remição de pena pela perspectiva da área.

Biografia do Autor

Yara Maria Silva Cinque, Universidade Estadual Paulista "Júlio Mesquita Filho"

Graduanda de Biblioteconomia pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho".

Carlos Cândido de Almeida, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

Professor Doutor do Departamento de Ciência da Informação, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"- Faculdade de Filosofia e Ciências de Marília-SP

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Publicado

2021-08-17

Como Citar

Silva Cinque, Y. M., & Almeida, C. C. de. (2021). Acesso à leitura e remição de pena no Brasil: uma análise crítica visando a agenda 2030 da ONU. Biblios Journal of Librarianship and Information Science, (78), 77–87. https://doi.org/10.5195/biblios.2020.825

Edição

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