Direitos das mulheres e a encontrabilidade da informação no portal da câmara dos deputados: perspectivas brasileiras rumo à Agenda 2030 das Nações Unidas

Autores

  • Carla Maria Martellote Viola Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) https://orcid.org/0000-0002-0895-8163
  • Marco André Feldman Schneider Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal Fluminense (UFF) http://orcid.org/0000-0001-5053-9491

DOI:

https://doi.org/10.5195/biblios.2020.872

Palavras-chave:

Agenda 2030, Arquitetura da informação, Direitos das mulheres, Encontrabilidade da informação, Portal da câmara dos deputados, Profissionais da informação e documentação

Resumo

Objetivo. O objetivo do artigo é averiguar se o trabalho desenvolvido pelas/os profissionais da informação e documentação, na Arquitetura da Informação do portal da Câmara dos Deputados, está permitindo a Encontrabilidade da Informação que auxilie o alcance dos objetivos apregoados na Agenda 2030, no que tange aos Direitos das Mulheres.

Método. A pesquisa é exploratório-avaliativa com delineamento bibliográfico e abordagem qualitativa.

Resultados. Foram identificadas quatro interfaces/fontes de pesquisa na Arquitetura da Informação do portal da Câmara dos Deputados com possibilidades de encontrabilidade de informações semelhantes sobre os Direitos das Mulheres, que ora se completam, ora se apresentam conflituosas, exigindo que os dados legislativos disponibilizados sejam confirmados, a partir da verificação de autoria das proposições, datas de propositura, tramitação e arquivamento ou conversão em lei.

Conclusões. Conclui-se que o portal analisado não possui uma Arquitetura da Informação plenamente eficaz, por conter informações pervasivas, repetidas e equivocadas em quatro ambientes diferentes, não possuindo classificação eficiente, que se perfaça na Encontrabilidade da Informação precisa e efetiva. As/os profissionais da informação e documentação do portal devem reavaliar a taxonomia, enquanto estrutura classificatória para organização do conhecimento, no que tange aos interesses e Direitos das Mulheres e em atenção aos objetivos descritos na Agenda 2030, considerando, ainda, os atributos da Competência em Informação e da Ética em Informação.

Biografia do Autor

Carla Maria Martellote Viola, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Advogada, Publicitária e Docente. Doutoranda (2019) e Mestra em Ciência da Informação (PPGCI/IBICT/UFRJ/2018), graduada em Comunicação Social/Propaganda e Publicidade (FACHA/1985) e em Direito (Universidade Santa Úrsula/1997). Pós-graduada em Gênero e Direito (EMERJ/2018-2019), em Gestão Estratégica da Comunicação (IGEC/FACHA/2011) e Direito do Consumidor Responsabilidade Civil (AVM/Candido Mendes/2013) com complementação em Didática do Ensino Superior. Membro do grupo de pesquisa Perspectivas Filosóficas em Informação (Perfil-i) do IBICT/UFRJ, pesquisadora-colaboradora do projeto de pesquisa FARMi, especialmente no eixo InfoGend que articula investigações sobre igualdade de gênero, direito da mulher e acesso à informação (IBICT/UFRJ), do grupo de pesquisa Gênero, Ciência, Tecnologia e Sociedade (IBICT/UFRJ) e do Conselho de Usuários da Região Sudeste (OI TELEMAR/2020-2024). Atuação jurídica nos âmbitos imobiliário, do consumidor e responsabilidade civil com experiência no zelo pelos objetivos do cliente e na manutenção e integridade dos seus bens, facilitando negócios, preservando interesses individuais e coletivos, conforme princípios morais e fundamentos éticos. Experiência na área administrativa com foco em coordenação, planejamento, desenvolvimento estratégico, elaboração de materiais audiovisuais, relatórios e manuais, realização de treinamentos funcionais, políticas de gestão, estruturação e racionalização, tendo em vista os objetivos da organização. Habilidade em planos de comunicação, atendimento ao cliente-consumidor, elaboração de briefing e de cronograma de atividades. Docente no ramo do direito do consumidor e responsabilidade civil com competência em elaboração, planejamento e execução de plano de aula e de curso.

Marco André Feldman Schneider, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal Fluminense (UFF)

Bolsista de Produtividade CNPq. Cientista do Nosso Estado Faperj. Pesquisador titular do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict). Professor associado do departamento de Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF-Niterói-RJ). Professor do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação - PPGCI-Ibict/ECO-UFRJ e do Programa de Pós-Graduação Mídia e Cotidiano - PPGMC-UFF. Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP-2008). Mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ-2003). Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Produção Editorial (ECO-UFRJ-1999). Possui estágio pós-doutoral em Estudos Culturais, pelo Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ-2012), onde atua como pesquisador convidado, supervisionando estágios pós-doutorais. Autor do livro "A Dialética do Gosto: informação, música e política ", publicado em 2015 pela Editora Circuito, com bolsa de auxílio a publicação, da Faperj. Publicou também um livro de poesia e dezenas de artigos científicos, em capítulos de livros, anais de congressos e periódicos científicos, nacionais e internacionais. Vencedor dos concursos de ensaio Pensar a Contracoriente (Cuba-2003) e Mário Pedrosa, sobre arte e cultura contemporâneas (Brasil-2010). Professor universitário desde 2003. Interesses atuais de pesquisa: ética, política, epistemologia, competência crítica em informação e literacia midiática. Líder do grupo de pesquisa Perspectivas Filosóficas em Informação (Perfil-i). Representante da América Latina e Caribe no Conselho Consultivo do International Center for Information Ethics (ICIE). Pesquisador da Rede Mussi (Rede Franco-Brasileira de Pesquisadores em Mediações e Usos Sociais de Saberes e Informação). Membro dos grupos de pesquisa Estudos críticos em informação e organização social (Escritos) e Centro de Pesquisas e Produção em Comunicação e Emergência (Emerge) e do Laboratório em Rede de Humanidades Digitais (Larhud). No biênio 2017-2018, foi Diretor Científico da União Latina de Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura, capítulo Brasil, e Coordenador do PPGCI-Ibict/ECO-UFRJ. Músico e escritor.

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Publicado

2021-08-17

Como Citar

Viola, C. M. M., & Schneider, M. A. F. (2021). Direitos das mulheres e a encontrabilidade da informação no portal da câmara dos deputados: perspectivas brasileiras rumo à Agenda 2030 das Nações Unidas. Biblios Journal of Librarianship and Information Science, (78), 61–76. https://doi.org/10.5195/biblios.2020.872

Edição

Seção

Comunicações